terça-feira, 9 de março de 2010

A contraditória palavra Inclusão. Bom dia, As pessoas perguntam sempre para mim: sua filha está incluída? Ela estuda em escola normal? Pois é? Inclusão... Possuo uma maneira diferente de interpretar a nomenclatura Inclusão e devo confessar que ela não me agrada. Talvez eu esteja exagerando um pouco nessa minha visão da sociedade. Mas quero ser exagerada, quero tocar no fundo dos sentimentos das PESSOAS QUE TRABALHAM COM INCLUSÃO e principalmente daquelas que ESTÃO SENDO INCLUÍDAS. Primeiramente, já batendo de primeira, utilizando um termo muito usado no futebol e que todos os brasileiros compreendem muito bem. Vou dizer que o termo “INCLUSÃO” por si só já é um termo preconceituoso. Mas não é de preconceito que esse tal termo trata? Uma pessoa que nasceu no mesmo mundo que todas as outras pessoas do mundo, deve ser incluída?. Aonde? Incluída? O termo sugere que ela nasceu em outro mundo e que está sendo incluída e aceita em outro? Inclusão é para ETES. Se um dia recebermos seres que vivam em outros planetas, aí sim poderemos fazer uma inclusão desse ser na nossa sociedade. Por enquanto não temos a presença de “Extraterrestres” (seres que nasceram fora do planeta Terra), portanto ninguém dever ser incluído em lugar algum. Simplesmente, matriculado, contratado, treinado etc. Este mundo pertence a todos que nele nasceram. Pessoas com perna, pessoas sem perna, pessoas com conceitos sociais formados, pessoas com conceitos sociais ainda não muito bem formados, pessoas que não enxergam, pessoas que enxergam parcialmente, pessoas que enxergam somente aquilo que querem, pessoas que compreendem bem a matemática, pessoas que demoram ás vezes á vida toda para entender matemática, pessoas que falam corretamente, pessoas que não conseguem falar corretamente, pessoas que não falam, pessoas que não ouvem nada, pessoas que ouvem parcialmente, pessoas que ouvem além do que deviam, pessoas que não querem ouvir, pessoas que andam com alguma dificuldade, pessoas que não andam ou pessoas que não querem andar então andam somente de carro, pessoas que não podem comer doces, pessoas que comem muitos doces mas que também não poderiam, pessoas que comem de tudo exageradamente, pessoas que deixam de comer e pessoas que comem o suficiente porque sabem que alguém no mundo vai ficar sem comer. Pessoas com todas essas diferenças e dificuldades e que todas merecem ser atendidas dentro das suas necessidades. Que essas palavras sejam a chave para a abertura de portas fechadas para Pais, Portadores de Necessidades Especiais e qualquer outra pessoa que acredite não possuir nenhuma dificuldade. Eu não acredito nesta hipótese, particularmente. O que? Pessoas que não necessitam de cuidados especiais? Quem são essas pessoas que não necessitam de cuidados especiais? Todos nós precisamos de cuidados especiais em determinados períodos da nossa vida, não é? Ou que talvez precisem no futuro, por um determinado período ou para sempre a partir de determinados acontecimentos nas nossas vidas. Não sabemos. Como vemos, no nosso mundo atual, são inúmeras deficiências que encontramos. Mas ainda existem pessoas que acreditam que existam dois mundos: o mundo dos normais e o mundo dos especiais.

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Luciana Pelosini