sábado, 5 de março de 2011

COMPLETANDO A POSTAGEM ANTERIOR

Para as pessoas que gostariam de se inteirar mais sobre o assunto, o endereço a seguir é do "Joint Commitee of Infant Hearing", um Comitê de Audição Infantil. http://www.jcih.org/ Sobre alguns dados dos quais lutam profissionais ligados a esse comitê: Com o objetivo de reduzir os efeitos negativos da Deficiência Auditiva (DA), o “Joint Commitee on Infant Hearing”, um comitê de reunião internacional em audição infantil, propõe um programa de detecção precoce da D.A., no qual se devem identificar as crianças possivelmente portadoras desta deficiência antes dos três meses de vida. Este comitê também propõe que o intervalo de tempo entre a suspeita e o diagnóstico deve ser de no máximo 30 dias, tempo suficiente para a confirmação da D.A. e o planejamento terapêutico, incluindo o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Apesar de possuirmos grandes centros de estudos audiológicos no Brasil e sermos referência mundial no tratamento da audição , nossas maternidades, nossas informações médicas e conseqüentemente nosso país, ainda estão longe de obter uma política pública de saúde que siga as determinações do “Joint Commiteee on Infant Hearing”. http://www.centrinho.usp.br/ Abraços, Luciana.

OUVINDO AO TELEFONE

É mais uma conquista. Para um pessoa com déficit auditivo, tão difícil quanto compreender a voz humana é compreende-la ao telefone. Porque? Cada indivíduo possue um timbre de voz. Esse timbre é como se fosse uma identidade pessoal de cada ser humano. Alguns timbres de voz são muito parecidos, mas nunca idênticos. Por isso é tão difícil para o cérebro do Deficiênte Auditivo decodificar os diferentes timbres de voz existentes. Os estudos científicos relatam que quanto antes detectar-mos a Deficiência Auditiva e o quanto antes dermos condições dessas crianças ouvirem, mais fácil será para o cérebro realizar essa decodificação. Isso ocorre por dois grandes fatores:
  • O primeiro diz respeito ao tempo que esse cérebro se acostuma com a falta do som adequado ou eficiente para estimular às áreas cerebrais da audição. Isso é quase óbvio se pararmos para pensar. Um indivíduo que fica muito tempo sem o estímulo do som ao receber um estímulo realmente eficiente encontrará problemas de adaptação, mas isso não quer dizer que seja impossível, muito pelo contrário. Dependendo do grau e do tipo de deficiência auditiva a criança demorará algum tempo para se acostumar, mas essa estimulação é importantíssima para que o seu cérebro se acostume novamente com o som. Por essa razão também, é que ouvimos muito o relato de pais que dizem que seus filhos arrancavam os aparelhos auditivos dos ouvidos de tão incomodados que ficavam com o som. Nesta fase é muito importante que seja preservado alguns itens: aparelhos AASIs indicados corretamente para o nível de perda auditiva dessa criança, a manutenção dos aparelhos que devem ser devidamente programados (cada criança necessitará de uma programação diferente da outra), respeito a sons que realmente as incomoda nesta fase de adaptação, acompanhamento fonoaudiológico correto.

Esses itens são os que realmente devemos prestar mais atenção na fase inicial para o uso de aparelhos de amplificação sonora AASIs, pois desses aspectos é que sairam os sucessos ou insucessos nesta fase;

  • O segundo refere-se ao Período Crítico do Desenvolvimento da Audição que para alguns estudiosos vai até os 3 anos de idade.

Esse Período seria a melhor fase de desenvolvimento do cérebro da criança para a audição. É nesse período que o cérebro ou as áreas cerebrais da audição conseguem realizar o maior número de nascimento e de conexões entre neurônios. Resumidamente falando, uma criança que possue um déficit auditivo diagnosticado antes dos 3 anos de idade e que recebe estimulação auditiva através de aparelhos de amplificação sonora (AASI) ou Implante Cocleares, conseguirá realizar neste período um maior número de conexões cerebrais para readaptação e reabilitação auditiva, levando-os mais facilmente a se acostumar com o som novamente e falar adequadamente sem muitas distorções.

Nesse quesito, reabilitação auditiva, devemos levar em consideração além da melhora das condições do desenvolvimento cerebral adequado para aquisição da linguagem, devemos considerar também a melhor adequação social, psicológica e educativa das mesmas.

O IMPLANTE COCLEAR DA GIULIA ESTÁ ATIVADO À 5 ANOS E 8 MESES.

E FAZ UM MÊS QUE ELA PASSOU A CONVERSAR AO TELEFONE COM O PAI E COMIGO (timbres de voz já reconhecidos pelo seu cérebro) SEM NENHUMA DIFICULDADE DE ENTENDIMENTO.

APÓS 5 ANOS E 8 MESES, ainda vemos plasticidade neuronal acontecendo de forma dinâmica no seu cérebro.

Quem pode duvidar da capacidade cerebral de uma criança?

EMOCIONANTE, e gostaria de compartilhar isso com vocês.

Muito obrigada.