sábado, 5 de março de 2011

OUVINDO AO TELEFONE

É mais uma conquista. Para um pessoa com déficit auditivo, tão difícil quanto compreender a voz humana é compreende-la ao telefone. Porque? Cada indivíduo possue um timbre de voz. Esse timbre é como se fosse uma identidade pessoal de cada ser humano. Alguns timbres de voz são muito parecidos, mas nunca idênticos. Por isso é tão difícil para o cérebro do Deficiênte Auditivo decodificar os diferentes timbres de voz existentes. Os estudos científicos relatam que quanto antes detectar-mos a Deficiência Auditiva e o quanto antes dermos condições dessas crianças ouvirem, mais fácil será para o cérebro realizar essa decodificação. Isso ocorre por dois grandes fatores:
  • O primeiro diz respeito ao tempo que esse cérebro se acostuma com a falta do som adequado ou eficiente para estimular às áreas cerebrais da audição. Isso é quase óbvio se pararmos para pensar. Um indivíduo que fica muito tempo sem o estímulo do som ao receber um estímulo realmente eficiente encontrará problemas de adaptação, mas isso não quer dizer que seja impossível, muito pelo contrário. Dependendo do grau e do tipo de deficiência auditiva a criança demorará algum tempo para se acostumar, mas essa estimulação é importantíssima para que o seu cérebro se acostume novamente com o som. Por essa razão também, é que ouvimos muito o relato de pais que dizem que seus filhos arrancavam os aparelhos auditivos dos ouvidos de tão incomodados que ficavam com o som. Nesta fase é muito importante que seja preservado alguns itens: aparelhos AASIs indicados corretamente para o nível de perda auditiva dessa criança, a manutenção dos aparelhos que devem ser devidamente programados (cada criança necessitará de uma programação diferente da outra), respeito a sons que realmente as incomoda nesta fase de adaptação, acompanhamento fonoaudiológico correto.

Esses itens são os que realmente devemos prestar mais atenção na fase inicial para o uso de aparelhos de amplificação sonora AASIs, pois desses aspectos é que sairam os sucessos ou insucessos nesta fase;

  • O segundo refere-se ao Período Crítico do Desenvolvimento da Audição que para alguns estudiosos vai até os 3 anos de idade.

Esse Período seria a melhor fase de desenvolvimento do cérebro da criança para a audição. É nesse período que o cérebro ou as áreas cerebrais da audição conseguem realizar o maior número de nascimento e de conexões entre neurônios. Resumidamente falando, uma criança que possue um déficit auditivo diagnosticado antes dos 3 anos de idade e que recebe estimulação auditiva através de aparelhos de amplificação sonora (AASI) ou Implante Cocleares, conseguirá realizar neste período um maior número de conexões cerebrais para readaptação e reabilitação auditiva, levando-os mais facilmente a se acostumar com o som novamente e falar adequadamente sem muitas distorções.

Nesse quesito, reabilitação auditiva, devemos levar em consideração além da melhora das condições do desenvolvimento cerebral adequado para aquisição da linguagem, devemos considerar também a melhor adequação social, psicológica e educativa das mesmas.

O IMPLANTE COCLEAR DA GIULIA ESTÁ ATIVADO À 5 ANOS E 8 MESES.

E FAZ UM MÊS QUE ELA PASSOU A CONVERSAR AO TELEFONE COM O PAI E COMIGO (timbres de voz já reconhecidos pelo seu cérebro) SEM NENHUMA DIFICULDADE DE ENTENDIMENTO.

APÓS 5 ANOS E 8 MESES, ainda vemos plasticidade neuronal acontecendo de forma dinâmica no seu cérebro.

Quem pode duvidar da capacidade cerebral de uma criança?

EMOCIONANTE, e gostaria de compartilhar isso com vocês.

Muito obrigada.