quinta-feira, 12 de abril de 2012


Fatores de Risco, Vamos nos informar sobre eles.


Por Luciana Pelosini- 12 de abril de 2012
Postado em: Acessibilidade Moral, Artigos, Brasil, Destaques, Educação, Esporte


Por Luciana Pelosini



Boa tarde,


Vamos falar hoje de um assunto bastante delicado em relação aos fatores que podem causar a deficiência auditiva.
Quero ser bastante clara e criteriosa ao falar sobre esse assunto, pois os estudos e pesquisas científicas realizadas até o momento demonstram uma heterogeneidade de fatores (a existência de vários fatores) que podem ocasionar a deficiência auditiva.

E a minha preocupação, publicando essa matéria, é essencialmente informar aos pais que estão passando por esse problema, quais são os fatores que eles podem considerar risco para o feto que ainda irá nascer ou para os bebês recém nascidos que estão passando por essas situações.

Um dos principais fatores apontados pelas pesquisas são os nascimentos pré-termos ou prematuros. Bebês que nascem antes do tempo determinado possuem mais probabilidade de apresentar um déficit auditivo posteriormente.

Outro fator bastante conhecido é a Rubéola adquirida pelas mães durante a gestação. E esse é um fator bastante claro para o diagnóstico da deficiência auditiva do bebê. Podendo inclusive se determinar quais foram as áreas auditivas afetadas e o grau estimado de perda auditiva.

E por fim e não sendo o último fator, o uso de medicamentos chamados de aminoglucosídeos nos primeiros meses de vida dos bebês. Esses medicamentos são à base de Estreptomicina, Neomicina, Canamicina, Gentamicina, Tobramicina, Amicacina e Netilmicina.

Existem ainda outros fatores: hereditariedade, meningite, icterícia neonatal etc.

Quando chegarmos aos Centros de Audiologia, no qual encontramos diversas crianças e pais que passaram pelos mesmos problemas, o que verificamos é um grande número de crianças nascidas prematuras que foram medicadas com um desses medicamentos.

Mas curiosamente, todas essas crianças que foram diagnosticadas com esses medicamentos a base de aminoglucosídeos não passaram ou foram indicadas para uma triagem auditiva, após o uso dos mesmos. E esse então é um fator agravante.

Pois, se existem fatores que indicam que esses medicamentos podem ser ototóxicos (tóxicos às áreas auditivas), nós não podemos contestar a indicação de tratamento através dos mesmos. Mas podemos contestar o porquê de alguns médicos não indicarem estes bebês para a triagem auditiva, retardando o diagnóstico e a reabilitação.

Um depoimento real, sobre o uso de medicamentos a base de aminoglucosídeos e a não indicação para uma triagem auditiva, poderia ser o da minha filha.

O parto foi realizado na 36ª semana de gestação, por conseqüência do diabetes da mãe. Ela nasceu com 2, 950kg e 49cm. Após a alta médica foi indicado o uso de Amicacina em uma dosagem superior ao recomendado e não foi em momento algum indicado a triagem auditiva. Não foi explicado durante a alta que o medicamento era ototóxico, apesar de ter sido questionado, por mim, a necessidade do uso do mesmo.

A Giulia foi um bebê prematuro de 36 semanas, que teve Icterícia Neonatal e passou pelo uso de medicamento a base de Aminoglucosídeo. Todas as indicações para que se recomendassem uma triagem auditiva.

A conclusão disso é que ela foi diagnosticada como deficiente auditiva apenas aos 12 meses, apesar de haver suspeita desde os 7 meses, quando ela apresentou uma infecção de ouvido médio.

Como eu disse anteriormente, a intenção dessa coluna não é indicar fatores causadores. Os pais estando informados das prevenções que devem ser tomadas, antes e após o nascimento, embasados em informações e pesquisas científicas recentes, constituem fatores importantíssimos para se estabelecer uma conversa sincera com os médicos responsáveis. E essa é uma maneira de se traçar quais serão os passos a serem percorridos, sem prejuízos para nenhum lado.

O que não podemos aceitar é a falta de informação aos pais quanto aos riscos que o seu filho recém nascido está passando.

E a falta de informações para que possamos reabilitá-los e dar-lhes condições melhores de se integrarem à sociedade o mais rápido possível.

Um forte abraço à todos,
Luciana Pelosini.


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A obra Fatores de Risco, Vamos nos informar sobre eles. de Luciana Pelosini foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada. Com base na obra disponível em http://www.acessibilidadetotal.com.br/fatores-de-risco-vamos-nos-informar-sobre-eles./

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Luciana Pelosini